"Renaissance Man"

D. Fernando de Mascarenhas, Marquês de Fronteira e detentor de um sem número de outros títulos que daria para preencher este post, era uma verdadeiro "renaissance man", tal a diversidade das actividades a que se dedicava e que tinham todas elas um denominador comum, o perigo. Foi motociclista, automobilista de mérito e forcado, desafios que sempre enfrentou com coragem e entusiasmo. Porém, por trágica ironia do Destino, seria um mero acidente rodoviário que o levaria do mundo dos vivos em 1956.
A imagem de cima mostra D. Fernando no Grande Prémio de Tanger de 1955 ao volante do Ferrari 750 Monza #560 MD ainda antes de Manuel Palma lhe ter acrescentado um par de "barbatanas aerodinâmicas" na parte posterior da carroçaria, característica que tornaria este carro único no mundo.
As outras imagens são de uma "pega de caras" no Campo Pequeno e de um circuito de motos no Parque Eduardo VII (em perseguição).




Porto 1958 - Uma História de Cavalheiros

Em 1958 disputou-se no Circuito da Boavista o VII Grande Prémio de Portugal, prova que seria ganha por Stirling Moss, em Vanwall. Porém o grande protagonista daquele fim de semana viria a ser Mike Hawthorn, piloto da Ferrari  e seu grande rival.
Depois de se bater duramente com Stirling Moss nas primeiras voltas da corrida, o "piloto do laço" (nome por que era conhecido Hawthorn) veio às boxes com problemas de travões e perdeu tempo para o primeiro classificado. Viria a recuperar o segundo lugar e a conquistar os seis pontos da praxe no final, mas acabaria por ser alvo de um protesto algo caricato. Foi acusado de ter percorrido alguns metros em sentido contrário ao da corrida quando veio às boxes, circunstância que ditaria a sua desclassificação e a perda dos seis pontos. Porém, seria o próprio vencedor da corrida, Stirling Moss, que no final declarou que a manobra fora executada fora do asfalto e que portanto a punição não faria sentido. Os comissários desportivos aceitaram a explicação de Moss pelo que Hawthorn acabou por ficar com o segundo lugar e respectivos pontos.
No final da época Hawthorn sagrou-se Campeão do Mundo com um ponto de vantagem sobre Stirling Moss, o grande campeão que nunca o foi. Mas ficou mais este gesto de grande nobreza.
Em baixo, Hawthorn e Moss em plena luta na avenida da Boavista (esq) e Hawthorn a caminho do seu  Ferrari (dir) ostentando o laço que usava mesmo em corrida.
Fotos - The Cahier Archives





Alfa Romeo Giulietta Sprint em Le Mans 1960


A misteriosa Alfa Romeo Giulietta Sprint Speciale portuguesa em Le Mans - 1960
Os Alfa Romeo Giulietta Sprint, apresentados no Salão automóvel de Turim, em 1954 , desde sempre, fizeram-se notar. Quer pela  beleza e equilíbrio das suas linhas QUER PELO SEU CARACTER DE VERDADEIRO ALFA ROMEO DESPORTIVO, COM O FAMOSO " CUORE SPORTIVO " resultado  do  trabalho de equipa liderada, à época,  pelo Director da Alfa Romeo : Orazio Satta Puliga.
A sua supervisão sobre o trabalho da equipa de design da Casa Bertone, onde se destacou Franco Scaglione, e a ele se atribui o design elegante do modelo Giulietta Sprint.
Mais tarde, o mesmo Franco Scaglione, desenha um dos mais belos exemplares Alfa Romeo, pós-II Guerra mundial : O Giulietta Sprint Speciale, motorizado com o mesmo 1290cc, mas a debitar, no fim dos anos 50, os fabulosos mais de 100cv !
Nesta tão interessante quão enigmática fotografia, datada de 1960, algures no Paddock de Le Mans, ficou registada este Alfa Romeo Giulietta Sprint Speciale com matrícula portuguesa, e se dúvidas houvessem em relação à sua proveniência - Holandesa , no caso, pelas matrículas na época muito semelhantes - O dístico oval, com o " P " dissipavam-nas por completo.
Mas as questões surgem na mesma, em relação à sua propriedade:
Quem a conduziu até Le Mans ?
Quem era o seu proprietário ?
Terá ido a Le Mans, acompanhar ou apoiar alguém ?
Teria sido uma Giulietta SS vendida, na época,  para a França,  e ainda mantinha a matrícula portuguesa ?
Se alguém conhecer a sua história...
Esta interessante foto, publicada originalmente numa revista que possuo, com os créditos fotográficos à Francesa " Ferret Foto " .



O mesmo carro (nº 11) à partida para o circuito de Vila do Conde 1959 tripulado por "Mané" Nogueira Pinto.


Pausa para o Chá

E que fazem dois aristocratas quando decidem fazer uma pausa durante a viagem de regresso de Monte Carlo? Estávamos em 1951, a dupla Conde de Monte Real / Marquês de Fronteira (com Manuel Palma) acabara de conquistar a melhor classificação de sempre de uma equipa portuguesa no Rallye mais duro do mundo e portanto uma reconfortante chávena de chá era mais que bem vinda.
O comentário escrito por Manuel Palma, em baixo à esquerda, refere  "Turistas? Não!" e fala de uma viagem extremamente difícil mas proveitosa.