Jaguar SS100

A 20 de junho de 1937 disputa-se em Vila Real a corrida de "Sport" integrada no VI Circuito Internacional. Nove carros comparecem à partida, entre eles o belíssimo Jaguar SS100 de Casimiro de Oliveira, um modelo do qual apenas  foram produzidos 31 exemplares*. O único piloto estrangeiro presente - que dará à prova o seu cunho "internacional" - é o Príncipe Max Zu Schaumburg- Lippe, que tripula um Adler Trumpf Sport.
Casimiro de Oliveira partiu da terceira fila da grelha mas rapidamente conquistou a liderança. Porém, à 12ª volta sofre um problema mecânico e pára em frente à tribuna, para retomar a corrida pouco depois. À 17ª passagem pela meta já o Jaguar vem novamente na frente, posição que manteria até final, ficando o Adler do Príncipe na segunda posição.
* - Um destes exemplares está agora em Portugal, numa colecção privada.

Fotografias - Luis Sousa e José Manuel Albuquerque
Bibliografia - Jornal "O Volante e Circuito de Vila Real 1931 - 1973, de Carlos Guerra



O Fotógrafo Não Estava Lá

Mas "estava" Ricardo d´Assis Cordeiro, ao recriar esta belíssima imagem que mostra os Mercedes 300SL de D. Fernando Mascarenhas e Mário Rodrigues durante a corrida de GT integrada no Circuito de Monsanto de 1955.  O vencedor seria D. Fernando Mascarenhas, seguido de Fernando Stock e Mário Rodrigues, todos em Mercedes 300SL.
Ricardo d´Assis Cordeiro - óleo sobre tela, 100 x 81 cm.


Saiba mais sobre Ricardo d´Assis Cordeiro

O Ano do Cristo Rei

Curiosa fotografia, em cima, em que se vê o Ferrari 246 de Dan Gurney em plena aceleração na pista de Monsanto durante o Grande Prémio de Portugal de 1959, disputado a 23 de agosto desse ano, tendo em fundo a silhueta do recentemente inaugurado (17 de maio) Monumento ao Cristo Rei, cuja construção começou em 1950, cumprindo uma promessa do episcopado português que se propôs construir um grande monumento a Jesus Cristo se Portugal fosse poupado à participação na II Guerra Mundial. A ponte sobre o rio Tejo chegaria apenas em 1966.
Em baixo, os Ferrari 246 de Gurney e Phil Hill a serem preparados para os treinos de sábado (Getty Images).




Concentrado de Sabedoria

Três das figuras mais importantes da história do automobilismo nacional nas décadas de 50 e 60 juntas durante um período de descontracção durante o Circuito Internacional do Porto de 1960.  Augusto, Manuel Palma e Jaime Rodrigues eram os principais preparadores de automóveis de competição que então existiam em Portugal, nomes de referência que terão sempre um lugar de destaque na galeria dos notáveis do automobilismo português.
Por detrás de Jaime Rodrigues, de chapéu branco, está Fernando "Faneca" Pinto Basto e o seu filho  abriga-se debaixo do guarda chuva protector de Manuel Palma. À direita, um elemento da comunicação social de nome Videira. E o misterioso senhor de "panamá" branco e óculos ray ban?


O Ano dos Porsche

O VI Rallye Internacional de Lisboa (Estoril), disputado em 1952, foi uma prova especialmente bem sucedida para os recém chegados Porsche 356, um tipo de carro de desporto que apresentava várias características inovadoras, tais como o motor traseiro, a aerodinâmica cuidada e uma fiabilidade "à prova de bala".
Com partidas de várias cidades da Europa e seguindo um modelo muito semelhante ao Rallye de Monte Carlo, a prova portuguesa viria a ser decidida nas complementares disputadas após a chegada ao Estoril, onde o Porsche 356 de Joaquim Filipe Nogueira acabou por se impor. Alberto Graça (na foto) terminou em 8º lugar absoluto e 2º na classe, resultado que deu direito a festejos com a família, que aguardava ansiosa a sua chegada "a casa".

Fotografia de José Graça (em cima)
Restantes imagens - Gonçalo Macedo e Cunha



II Grande Volta a Portugal

A equipa Jorge Monte Real / Manuel Palma participou com este Allard na II Grande Volta a Portugal, disputada em 1950. Na imagem da baixo, Vê-se o Allard a "navegar" em condições diluvianas durante uma prova complementar disputada na Praça do Império, em Belém. Note-se, em fundo, o que restava das construções feitas para a Exposição do Mundo Português, inaugurada em 1940 pelo Presidente Carmona.



Excelente classificação desta equipa - 2º lugar - apenas suplantada por Joaquim Filipe Nogueira, num MG.

APF 

II Circuito do Estoril

Em 1937 disputou-se o II Circuito do Estoril, o qual constava de 30 voltas a um percurso de 2,700 metros que tinha início em frente ao Casino, subia a avenida por trás do Hotel Palácio e continuava na Avenida Portugal em direcção a Bicesse, para depois descer pela Avenida Marechal Carmona. Como era hábito na época, o próprio Chefe de Estado assistiu à corrida, que foi organizada por uma comissão de legionários das forças motorizadas da Legião Portuguesa dirigida por Pedro de Brion.
Na imagem podem ver-se dois dos cinco carros que participaram na prova prontos para a partida: o Ford de Manoel de Oliveira, que seria o vencedor, e o Bugatti do Conde de Monte Real.


Ferrari 246 em Portugal

 Os pilotos americanos Phil Hill (capacete branco) e Dan Gurney conversam com Carlo Chiti em frente dos respectivos Ferrari 246 antes da partida para o Grande Prémio de Portugal de 1959, no Circuito de Monsanto.


Esta foto é, quanto a mim, do maior interesse pois reúne três enormes figuras de uma época de grandes transformações tecnológicas no desporto automóvel, em que os motores trazeiros nos formula 1 já não deixam dúvidas quanto à sua eficácia:
- Carlo Chiti, um enorme e inovador engenheiro apaixonado pelo automobilsmo que, 3 anos depois desta foto, farto das politiquices e resistências do patrão Enzo, viria a bater com a porta da Scuderia para outros vôos, primeiro na ATS e sobretudo mais tarde com enorme sucesso na Alfa Romeo / Autodelta.
- Phil Hill, o primeiro piloto USA campeâo mundial de formula 1, um "natural" com enorme poder de adaptação, o que lhe facultou ser competentíssimo em todas as muitas modalidades do desporto automóvel em que alinhou. (e ainda por cima era grande conhecedor e restaurador de clássicos!)
- Dan Gurney, um homem discreto que muito justamente foi homenageado no último Goodwood Revival, era também muito talentoso e versátil não só como piloto em N modalidades, mas também foi um excelente construtor do eficaz e talvez mais bonito formula 1 da década de 60. Apesar de por circunstâncias várias nunca ter chegado a ganhar nenhum campeonato de formula 1, o grande JIM CLARK não teve dúvidas em afirmar que Dan Gurney era o melhor piloto da sua época e o que ele mais temia;
Posso garantir-vos que Jim Clark sabia do que falava...
Duarte Pinto Coelho

A propósito de um texto de Duarte Pinto Coelho no post Grande Prémio do Porto 1954, recentemente publicado, recebemos esta mensagem de Luis Sousa:


"O texto do Duarte Pinto Coelho está excelente, uma visão própria não longe da verdade ; 
O Vincenzo Lancia assim como os irmãos Alfieri eram tecnicamente inovadores, grandes mecânicos e engenheiros mas com meios reduzidos. Um Lancia destruido nos USA e outro que vai parar ao mar no Monaco, foram a queda da firma, tal como aconteceu no GP da Venezuela 57, em que por incríveis azares a frota Maserati ficou em pedaços, reduziu a cinzas a Oficina Maserati . O Enzo foi um Team Manager que de preferência utilizava o material e ideias dos outros ,sempre preocupado em sobreviver, daí o uso de Alfa Romeo, aquisição da Lancia GP, mesmo os motores 4 cilindri foram inspirados e em parte copiados dos Alta four. Penso que o unico piloto que ele gostou foi do Villeneuve."

Porto 1956

Em 17 de Junho disputou-se no traçado da Boavista o VII Circuito Internacional do Porto, cujo vencedor seria o Marquês Alfonso de Portago, ao volante de um Ferrari 857. O melhor dos portugueses seria António Borges Barreto, que conduzia o Ferrari 750 Monza #0560 MD ex-D. Fernando Mascarenhas e que vemos na imagem à frente do Maserati 300S de Benoit Musy. No final as posições inverteram-se, com Musy a terminar em terceiro lugar e Barreto em quarto. Phil Hill, em Ferrari 857, seria o segundo classificado.

Fotografia de Duarte Pinto Coelho



II Rampa da Pimenteira 1922

A 4 de Maio de 1922 disputou-se na zona de Lisboa a II Rampa da Pimenteira. A prova foi ganha pela dupla Artur Mimoso / Plácido Duro, em Delage. Era um carro com motor seis cilindros, válvulas à cabeça, carburador duplo e dupla inflamação por magneto. Tinha o capot motor construído em alumínio e uma carroçaria especial oferecida por Delage. Em 2º lugar chegou Palma de Vilhena, em Alfa Romeo,  em 3º José Ferreirinha, em Bugatti e em 4º Medeiros e Almeida, em MG Cowley.

Os vencedores, com a Taça Goodyear

A primeira corrida de automóveis em Portugal?
A prova da Pimenteira de 1922 pretendia celebrar o 20º aniversário da primeira corrida de automóveis em Portugal, ocorrida a 27 de Outubro de 1902 entre a Figueira da Foz e Lisboa. O vencedor foi o dr Tavares de Melo, que fez o percurso em 6 horas e 27 minutos. Esta informação consta do boletim do ACP, mas o tempo gasto parece muito pouco atendendo à distância, bem como aos automóveis e às estradas da época. Haverá quem possa confirmar isto?


"Figueira da Foz-Lisboa, 1902. Tavares de Melo e o seu Darraq  foram desclassificados. O condutor do carro de Tavares de de Melo foi um francês de nome Edmond, mas como o combóio em que viajou de Parispara Portugal chegou com atraso ele apenas pegou no carro em Coimbra, dai a desclassificação .
O vencedor acabou por ser um italiano de nome Bordino, ao volante do Fiat do Infante D Afonso, o célebre "arreda" que assim ficou conhecido pois era o que o Infante dizia às pessoas para saírem da frente do Fiat quando circulava em Lisboa."

Luis Sousa.

I Circuito do Campo Grande

A 28 de Junho de 1931 disputou-se em Lisboa o I Circuito do Campo Grande. Os irmãos Roberto e Gaspar Sameiro seriam respectivamente primeiro e segundo classificados na categoria Sport. Roberto tripulava um lindíssimo Alfa Romeo 6C 1750 enquanto que Gaspar tinha que se contentar com um bem mais modesto Ford.

Fotos - Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian / Estúdios Horácio Novais

 O Alfa Romeo 6C 1750 vencedor da categoria Sport  e, em baixo,  Gaspar Sameiro junto do seu Ford (esquerda) e Roberto Sameiro junto dos carros da família (direita)